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Alimentação escolar e desempenho acadêmico: impacto positivo refletido no IDEB
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Foto: Divulgação -
Com volta às aulas, alimentação adequada reforça aprendizado e melhora indicadores educacionais
Com o fim das férias de Verão e o retorno às aulas, as refeições escolares voltam a ser parte da rotina para os estudantes da rede pública em Santa Catarina. O benefício de uma alimentação adequada é refletido em índices como o IDEB
Com a volta às aulas neste mês de fevereiro, muitos estudantes retomam uma rotina que inclui hábitos mais saudáveis. A alimentação desempenha um grande papel nesse contexto, influenciando diretamente no rendimento escolar. É o que se comprova na cidade de Blumenau, que hoje é destaque no país.
Com média 6,6 no último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), superior à média estadual (6,4) e nacional (6,0), o município conta com o suporte do Grupo Risotolândia para fornecer alimentação em toda a rede municipal de ensino. Com mais de 70 anos de atuação, o grupo é líder em refeições coletivas no Sul do país, possui 5.300 colaboradores e serve aproximadamente 550 mil refeições todos os dias.
“Nos anos em que a alimentação escolar tem sido terceirizada em Blumenau, a média do IDEB só vem melhorando", afirma a nutricionista Larissa Schlupp, coordenadora de operações do Grupo Risotolândia. “Desde 2005, houve um aumento de 50% na nota para os anos iniciais e de 58% para os anos finais da Educação Básica. Isso, sem dúvida, tem relação com a boa alimentação ofertada aos alunos".
Apesar de não ser um fator isolado e determinante para o índice, estudos comprovam que a alimentação adequada na escola é fundamental para o bom desempenho. Considerada a principal refeição do dia para grande parte dos estudantes, a antiga “merenda” hoje é planejada por nutricionistas e busca equilibrar todos os nutrientes que as crianças necessitam para um desenvolvimento saudável, contribuindo para o processo de aprendizagem.
Bons hábitos na prática
Em Blumenau, além do cuidado com as refeições servidas diariamente, o Grupo Risotolândia realiza projetos de educação nutricional que envolvem os estudantes de forma lúdica no incentivo a hábitos saudáveis, incluindo a realização de concursos, apresentação de vídeos, palestras e criação de jogos e brincadeiras para mobilizar as crianças de forma divertida em prol de uma melhor alimentação.
A presidente do Sindicato dos Nutricionistas de Santa Catarina (Sinusc) e da Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), Fátima Fuhro, reforça que o próprio Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) possui um estudo que comprova a relação de uma boa alimentação com a redução de índices de evasão escolar e melhora no aproveitamento educacional dos alunos. “A filosofia do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é de grande relevância por trazer dois pilares fundamentais: o combate à fome e o incentivo a hábitos saudáveis", avalia. Fátima também é conselheira do Conselho Estadual de Alimentação Escolar em Santa Catarina e destaca que “quando as empresas, como a Risotolândia, cumprem na integralidade a execução do programa, o resultado é muito positivo, inclusive para a melhoria dos índices como o IDEB".
Comprovação científica
A relação também está presente no estudo “O Estado da Alimentação Escolar na América Latina e Caribe”, realizado em 2023 pelo Programa Mundial de Alimentos (WFP) em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O documento revela que o equilíbrio e a qualidade da alimentação servida às crianças nas escolas são fundamentais tanto para que estejam bem alimentadas quanto para o seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, proporcionando as condições ideais para aproveitar ao máximo o processo de ensino-aprendizagem.
"Nossa atuação no segmento educacional é imprescindível porque contamos com um quadro de colaboradores altamente especializado, sobretudo nutricionistas. Sabemos que uma dieta pobre em nutrientes e minerais pode prejudicar a concentração e o foco, habilidades essenciais para a aprendizagem dos estudantes. Esse cuidado que temos é fruto da expertise dos nossos colaboradores que estão à frente das operações em diversas escolas no país, corroborada por estudos internacionais sobre alimentação, desempenho e aprendizagem”, afirma Carlos Humberto de Souza, diretor presidente do Grupo Risotolândia.
Alimentação personalizada
Um ponto de atenção, em especial, são alunos que apresentam intolerâncias, alergias ou algum tipo de restrição alimentar, como ao glúten, sal, açúcar ou leite. Para atender a essas necessidades específicas, é importante personalizar cada refeição, sendo que algumas precisam ser preparadas de maneira isolada, etiquetadas e identificadas com dados do aluno e orientações médicas.
“Aqui em Blumenau, verificamos na prática que crianças e jovens bem alimentados têm maior frequência, participação ativa em atividades e melhor desempenho escolar. Sem contar que uma dieta saudável na infância pode contribuir para a prevenção de problemas de saúde a longo prazo, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares", afirma a coordenadora do Grupo Risotolândia.
“Cuidar da alimentação é garantir que as crianças tenham as condições necessárias para se desenvolverem plenamente. É compreender que cada refeição saudável fortalece o aprendizado e abre caminho para um futuro mais promissor. Neste Dia Internacional da Educação, celebramos o equilíbrio que transforma vidas: conhecimento que ensina e cuidado que sustenta", completa Schlupp.
Como a alimentação escolar impacta o IDEB
1.Nutrição e Cognição: Uma alimentação balanceada, rica em nutrientes essenciais, é crucial para o desenvolvimento físico e cognitivo dos alunos. Crianças e adolescentes bem nutridos tendem a apresentar melhor concentração, memória e aprendizado, o que se reflete em melhor desempenho escolar e, consequentemente, no IDEB.
2.Redução da evasão escolar: A oferta de alimentação escolar de qualidade contribui para a redução da evasão escolar, principalmente em comunidades de baixa renda. Alunos que têm acesso à alimentação na escola têm maior probabilidade de frequentar as aulas e concluir os estudos, impactando positivamente as taxas de aprovação e, por fim, o IDEB.
3.Melhora na saúde: Uma boa alimentação previne doenças e deficiências nutricionais que podem prejudicar o aprendizado e a frequência escolar. Alunos saudáveis tendem a ter melhor desempenho acadêmico.
4.Hábitos alimentares: A alimentação escolar também tem um papel importante na educação nutricional e na formação de hábitos alimentares saudáveis. Isso contribui para a saúde e o bem-estar dos alunos a longo prazo, impactando positivamente sua qualidade de vida e seu desenvolvimento.
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